11 de maio de 2010

Democracia Participativa e NÃO aos Apagões!


O sistema político brasileiro é conformado para a utilização dos cidadãos como massa de manobra. Não temos a tradição da democracia participativa descentralizada. Vivemos sob as amarras e limitações do modelo representativo oligárquico e centralizador. Isso precisa e pode mudar.

O eleitorado que simpatiza com as idéias da pré-candidata Marina Silva é em sua maioria culto e muito exigente. Ela terá que garantir que devolverá o poder de decisão aos cidadãos, protegendo-o da má-influência e domínio da União sobre os estados, dos estados sobre os municípios e dos municípios sobre seus cidadãos. Mas se Marina Silva quiser o voto do eleitor da Capital do país, ela também deverá protegê-lo da má-influência e domínio do GDF. O que isso significa? Isso significa que ela deverá se comprometer publicamente com uma reforma política descentralizadora abrangente.


De modo geral ela o tem feito de forma brilhante e transparente. Somente Marina Silva, entre os presidenciáveis, teve coragem suficiente para vir a público e dizer claramente que é contra a construção da mega barragem em Belo Monte e a favor de alternativas energéticas menos impactantes e descentralizadas.

No âmbito do Distrito Federal, precisamos também de uma postura forte, decidida e clara na busca de novas alternativas no que se refere à distribuição de energia elétrica.

Apagões
O ano de 2010 tem sido crítico para os brasilienses no que diz respeito à energia elétrica. Em dias de chuva ou de sol, apagões tornaram-se rotina no Plano Piloto, causando transtornos e prejuízos terríveis.

Segundo matéria publicada no jornal Correio Braziliense, a Companhia Energética de Brasília (CEB) é apontada pelo Ministério de Minas e Energia como uma das piores empresas de fornecimento de energia elétrica do país.

Multas
De 2002 até o ano passado, a CEB foi autuada 17 vezes pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), totalizando R$ 42,1 milhões em multas. 

Um dos erros de estratégia apontados para os frequentes blecautes nas redes da CEB foi a falta de investimentos em distribuição. Nos últimos anos, a empresa privilegiou aportes em unidades geradoras de energia elétrica, a exemplo de Corumbá 4, em Goiás.

Pressionada pelo Ministério Público, a Aneel iniciou o processo de fiscalização na CEB para apurar as causas dos últimos blecautes ocorridos no DF. Somente em 2009, a CEB foi condenada ao pagamento de R$ 16,6 milhões em multas. Uma das principais causas das penalidades foi o descumprimento dos índices de duração e a frequência de interrupções de fornecimento de energia elétrica estipulada pela Aneel.Também foram detectadas falhas de manutenção nas subestações e equipamentos ultrapassados nas unidades de distribuição da companhia. 


Alheios aos apagões e cortes abruptos de energia que desencadeiam prejuízos financeiros nos setores de indústria/comércio e causam transtorno geral da população, os acionistas-donos da CEB receberão R$ 9,2 milhões de dividendos, equivalentes a 25% do lucro total obtido no ano passado.

Só quem não lucra é a população, que em pleno século 21 continua valendo-se de fósforos e velas para enfrentar os apagões e quedas de energia cada vez mais comuns.

Um abraço a todos.

Adolpho Fuíca


Um comentário:

  1. Como se não bastasse à escuridão política em que vivemos, agora somos obrigados a viver como morcegos vagando pela escuridão das cidades... Pau no gato, Fuíca. Que as forças superiores lhe tragam luz para iluminar o longo e escuro túnel da política brasiliense.

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