26 de novembro de 2010

PARQUES DO DF: Três Parques passam por reformas nas instalações

Revitalização da quadra poliesportiva do Parque Saburo Onoyama

Os freqüentadores dos parques Três Meninas, Lago do Cortado e Saburo Onoyama já podem comemorar. É que o Instituto Brasília Ambiental (IBRAM), por intermédio da Diretoria de Administração de Parques (DIPAR), está reformando as instalações dessas três unidades de conservação do Distrito Federal. As obras estão sendo realizadas em parceria com as Administrações Regionais de Samambaia e de Taguatinga e proporcionarão mais lazer e conforto para a comunidade.

As reformas nas quadras poliesportivas, nos parques infantis e nas placas de concretos das trilhas do PARQUE SABURO ONOYAMA, em Taguatinga Sul, já foram realizadas. Das 16 pontes que necessitavam de troca de estrutura, 12 já estão prontas e quatro estão sendo pintadas. A comunidade, em especial a terceira idade, também receberá um Ponto de Encontro Comunitário (PEC), onde poderá se exercitar nos novos aparelhos de ginástica. As obras deverão ser concluídas em dezembro.

Já o PARQUE LAGO DO CORTADO ganhará nova sede com a reforma de edificações e mais instalações, como parque infantil e quadras de esportes. A unidade de conservação está localizada em Taguatinga, na Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) JK. As obras foram iniciadas no dia 13 de outubro e devem ficar prontas no dia 5 de dezembro.

No início do mês de novembro foi iniciada a recuperação da quadra poliesportiva e do parque infantil do PARQUE TRÊS MENINAS. Desde a última sexta-feira, dia 19 de novembro, parte do alambrado localizado na frente da unidade, que fica na QR 609/611, em Samambaia, está sendo reformado. A previsão é que em janeiro os freqüentadores já encontrem todas as melhorias finalizadas.
(Marta Sant'Ana)

23 de novembro de 2010

Você já visitou um Parque Nacional?


Artigo publicado no Correio Braziliense - Sábado, Seção Opinião - 20 de novembro de 2010.


Cesar Victor do Espírito Santo

Engenheiro Florestal

Superintendente Executivo da

FUNATURA – Fundação Pró-Natureza


Certamente a resposta para a maioria dos brasileiros será não. Mas, porque isso ocorre no País que tem o maior patrimônio natural do planeta Terra? Será que todo esse patrimônio não tem valor? Ou será que o povo brasileiro ignora esse valor?


Fico com a segunda opção, pois se o povo soubesse o valor desse patrimônio, não deixaria os parques nacionais e as demais unidades que compõem o sistema nacional de unidades de conservação no estado de descuido em que se encontram, com exceções, é claro. A forma mais eficaz de preservar o patrimônio natural de um país é através das unidades de conservação.


Aqui no DF, por exemplo, se perguntarmos quem já visitou o Parque Nacional de Brasília, excluindo a Água Mineral, vamos chegar a uma parcela ínfima da população. Isso considerando que esse Parque é uma exceção, ou seja, além de bem estruturado, possui um quadro de pessoal representativo e, dentre outras ações, desenvolve a longo tempo um trabalho de educação ambiental que possibilita que alunos da rede escolar visitem o Parque.


Alguém ajuda a proteger com amor aquilo que não conhece? Difícil. Em geral, as pessoas tendem a dar valor e a proteger somente aquilo que conhecem. Enquanto não houver políticas públicas que proporcionem que o povo tenha a oportunidade de visitar os parques nacionais e outras unidades, a sociedade brasileira não vai reconhecer o devido valor do patrimônio natural que possui.


Por não conhecer esse valor, a sociedade não pressiona o poder público a garantir recursos orçamentários muito mais representativos do que o que vem ocorrendo até hoje. Para receber visitantes, é imprescindível que a unidade esteja com a sua situação fundiária regularizada, ou seja, que tenham sido indenizadas as propriedades privadas (terras e benfeitorias) ou, pelo menos, a maior parte, especialmente as áreas previstas para visitação.


As mais de 300 unidades de conservação federais existentes no Brasil somam cerca de 74 milhões de hectares, área maior do que a superfície de 80% dos países do mundo. O problema é que as unidades são criadas, mas não implementadas e a posse efetiva dos territórios ainda está, na sua maior parte, com a iniciativa privada. Enquanto não forem indenizados, a atuação do ICMBio estará bastante limitada, não garantindo de fato a sua proteção e a possibilidade de proporcionar ao povo brasileiro um contato com a natureza.


Custa caro a implementação dessas unidades? As unidades que necessitam ser desapropriadas perfazem uma área aproximada de 64 milhões de hectares. Destes, parte já foi desapropriada, parte levará tempo para se definir legalmente os proprietários a fim de indenizá-los e, a maior parte, ainda precisa ser regularizada. Supondo que o governo federal necessite indenizar 34 milhões de hectares e que, na média, um hectare custe cerca de 600 reais, serão necessários pouco mais de 20 bilhões de reais.


Esta quantia é muito dinheiro? Depende. Para proteger o maior patrimônio natural do planeta, não, trata-se de uma quantia modesta. Sabe-se que o valor dos serviços ambientais (água, oxigênio, clima agradável, biodiversidade, controle biológico de pragas e doenças, dentre outros) prestados pelos ecossistemas naturais é muito elevado e, considerando o Brasil em sua totalidade, o valor é muitas vezes maior que os 20 bilhões citados. Esse valor é menor, por exemplo, que os 33 bilhões previstos para a construção de uma das obras do PAC, o trem–bala, que ligará o Rio a São Paulo. É questão de prioridade.


Além da questão fundiária, é recorrente a falta de pessoal e de estrutura física. Os poucos funcionários existentes em cada unidade responsabilizam-se por uma agenda muito além das suas possibilidades. A necessária integração com as comunidades locais, com as prefeituras municipais, com a iniciativa privada, com a sociedade civil acontece de maneira muito tímida.


As oportunidades de geração de emprego e renda se perdem. O ecoturismo seria uma importante fonte de ingresso para os municípios com unidades de conservação em seu território. Isso aliado à valorização da cultura tradicional dos povos que vivem nessas regiões, ao aproveitamento sustentável de produtos da biodiversidade, dentre outros aspectos.


Se investir cerca de 6 bilhões anuais (85 % para indenizações e 15% para o funcionamento da estrutura de gestão das unidades), o governo Dilma fará o que nunca foi feito antes na história desse País, ou seja, a proteção efetiva da biodiversidade mais rica do planeta em benefício das atuais e futuras gerações de brasileiros e, porque não dizer, de toda a humanidade.


19 de novembro de 2010

CICLOativismo: veja o resultado da falta de uma política cicloviária no DF

As fotos e o esquema abaixo são do meu amigo Uirá Lourenço e mostram o resultado da falta de uma política cicloviária no DF e os investimentos em políticas que privilegiam e incentivam o uso do automóvel.

Um abraço do Fuíca

O círculo vicioso do incentivo aos carros já pode ser facilmente observado na “Linha Verde”. Construção de mais pistas para carros → Maior incentivo ao transporte individual motorizado → Mais motoristas optam pelo automóvel → rápida saturação do novo sistema viário → mais congestionamentos → transporte por ônibus torna-se mais lento e caro → maior risco ao transporte não motorizado → mais poluição → mais acidentes → mais investimentos governamentais (pistas, viadutos e túneis) para amenizar o caos.


Figura 1: No final da EPTG, a frota excessiva de carros fica literalmente parada


Figura 2: Carros, ônibus, motos e caminhões disputam espaço no final da EPTG


Figura 3 : EPTG com espaço ampliado para carros (sem ciclovia, nem calçadas, nem os prometidos corredores de ônibus, e com passarelas inacabadas)



16 de novembro de 2010

DIREITOS DOS ANIMAIS: Não há previsão para a construção do cemitério de animais

Em 2008, o GDF havia prometido a construção de um local próprio para que os donos dos animais enterrassem os bichos de estimação. Mas os animais continuam sendo enterrados ao lado da Zoonoses.


O terreno do GDF é usado para enterrar animais de estimação há mais de 40 anos. O cemitério é clandestino, deveria estar desativado, mas lápides novas confirmam sepultamentos recentes. Os donos dos animais enterrados pagam uma pessoa para manter a área limpa e até caminhão-pipa para abastecer o local com água. A ilegalidade que acontece bem ao lado da Zoonoses. Assista à reportagem da Rede Globo sobre o assunto.


Um abraço.


Adolpho Fuíca


10 de novembro de 2010

Erosão ameaça área de proteção ambiental do Parque Veredinha

A situação é de emergência no Parque Ecológico de Brazlândia. Com a chuva, uma das bacias foi aberta e uma erosão se formou na beira do Córrego Veredinha

A Administração de Brazlândia abriu no princípio de novembro uma galeria de águas pluviais da Vila São José para esvaziar as bacias do Córrego Veredinhas. A ação, no entanto, só aumentou o problema.

Com a abertura da bacia, o volume de água do córrego aumentou e as erosões no leito cresceram. Até uma manilha foi levada com a força da água da chuva.

Os moradores da região estão preocupados, pois no local há uma ponte por onde passam muitas pessoas. Os pilares de sustentação da estrutura já estão à mostra.

Vejam abaixo uma reportagem no DFTV, da Rede Globo, apresentada no dia 08/11.

Adolpho Fuíca





8 de novembro de 2010

Documentário "Ouro de Sangue"

Dirigido pelo jornalista Sandro Neiva, "Ouro de Sangue" é um documentário que aborda as consequências socioambientais da mineração de ouro em Paracatu (MG) desde 1987. A transnacional canadense que atua na cidade conseguiu junto aos órgãos ambientais legalmente responsáveis a aprovação de um plano de expansão da mina por mais 30 anos. Aos paracatuenses sobram enormes feridas abertas pelas lavras a céu aberto, venenos químicos, poeira tóxica, população enferma e mortes. Há relatos de vizinhos da empresa, um médico, um geólogo, um Procurador de Justiça Criminal e um diretor da mineradora. Em 2008, “Ouro De Sangue" participou da 35ª Jornada Internacional de Cinema da Bahia, realizada em Salvador e do Festival de Cinema Socioambiental, em Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro. Em 2009, o documentário participou do III Festival de Cinema na Floresta, em Alta Floresta, amazônia matogrossense. (Pervitin Filmes – 44min – 2008).
ASSISTA AO FILME NA ÍNTEGRA, EM 5 PARTES E LEGENDADO EM INGLÊS:

4 de novembro de 2010

Velado e Revelado


Por Marina Silva

Ao longo de mais de 30 anos construiu-se no Brasil um campo de conhecimento e de ação que, nestas eleições, furou a última carcaça que ainda o mantinha longe do nível mais decisório da vida do país: a política. Com um rico acúmulo de produção teórica, experiências práticas, conquistas legislativas, institucionais e culturais, as propostas socioambientais para um modelo de desenvolvimento que dialogue com o século 21 começam a ser reconhecidas como um projeto nacional, abrindo uma brecha para a formação de nova força política.


Esse é o horizonte. Para consolidá-lo temos longa batalha pela frente, mas o passo essencial está dado. O projeto socioambiental não quer frear a economia nem empatar o crescimento. Quer tão somente fazer o encontro entre economia, ecologia, justiça social e desenvolvimento durável. É preciso amalgamar, juntar as pontas, dar escala e visibilidade ao que já está disperso na realidade, comparar com o modelo ainda dominante, transformar em alternativa real de escolha política.


O caminho está aberto, e muita gente, quase 20 milhões de pessoas, se interessou por ele. Pela primeira vez um projeto identificado com uma visão de transição de grande impacto consegue saltar do quase total desconhecimento para um adensamento eleitoral tão relevante. É uma base excepcional para pensar a construção de uma terceira via, para não só quebrar a polarização conservadora hoje representada pelo confronto PT X PSDB, como para motivar novos contingentes de brasileiros a assumir uma prática política ativa e nova, mais integradora, não destrutiva e menos obcecada por hegemonia.


A experiência de uma campanha desse porte extravasou minha capacidade de apreendê-la em toda sua riqueza, nesse momento. Vi-me entre um Brasil revelado – e que quer se revelar - e um Brasil velado, que quer se esconder na velha política das coisas meio vistas, meio ditas, meio comprometidas, meio esfumaçadas, inteiramente ultrapassadas. No cotejo entre ambos, fica patente o enorme equívoco do Brasil velado. Não percebe a intensa predisposição dos brasileiros a ouvir opiniões sinceras, que valorizam mesmo quando não concordam com elas. Preferem que a disputa se faça pela exposição do pensamento, das propostas e das práticas, não por meio de técnicas de mútua desconstrução, da qual ninguém sai maior. Nem atacante nem atacado, nem a ética nem a política.


Uma revelação honesta vale mais que a resposta ensaiada. Senti isso de maneira enfática na juventude. Em Varginha, Minas Gerais, uma escola inteira pressionou os professores para ir até o auditório da cidade ouvir minha fala. Em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, um grupo de jovens fez por sua própria conta cartazes improvisados de cartolina para aguardar nossa passagem. Essas manifestações movidas a pura vontade me deixam certa de que há uma terceira via política, vigorosa e inovadora, pedindo passagem. Para quem, como eu, disse que queria ser mantenedora de utopias, não poderia haver maior realização.


Ao mesmo tempo, constatei a força dos costumes que empurra muita gente a cobrar dos candidatos o ataque na jugular do oponente, o fazer dos defeitos alheios o seu trampolim. Ao me recusar a isso, parecia a muitos, num primeiro momento, que não estava sendo suficientemente contundente. Parte da imprensa vai muito por essa linha. O que surpreendeu a esses é que a nossa opção teve grande acolhimento. Há, de fato, espaço para tratar de problemas no seu mérito e na qualidade das soluções propostas.


Essas eleições merecem leituras criteriosas e profundas, não meras justificativas partidárias. É preciso reconhecer a exaustão do sistema político e a crise no campo social-democrata que acabou servindo, tanto do lado do PT quanto do PSDB, de biombo para a sobrevida política de velhas oligarquias. A campanha do Partido Verde causou perplexidade porque saiu do roteiro previsível e se legitimou de tal forma que exigiu respostas e sinalizações das demais campanhas. Que isso não seja considerado mero acidente de percurso, que não se pense que é modismo, porque não é.


Agora, o desafio do PV, do campo socioambiental e de todos aqueles que sentiram esperança numa mudança política, é colocá-la de pé. O desafio dos vencedores ou dos que ficarão na oposição é dialogar com a realidade e a complexidade do mundo e do Brasil de hoje, saindo do casulo de suas estratégias de poder reducionistas. Tenho certeza de que todos os eleitores esperam por isso, independentemente de suas paixões partidárias.


Como disse na Carta Aberta enviada a Dilma Roussef e José Serra, “não há mais como fechar os olhos ou dar respostas tímidas e insuficientes às crises que convergem para a necessidade de adaptar o mundo à realidade inexorável ditada pelas mudanças climáticas”. E repito aqui: o principal desafio não é a natureza, é a urgência de encararmos os limites dos nossos modelos de vida e de darmos um salto civilizatório, de valores.


A sociedade, afirmei na Carta Aberta, está entendendo cada vez mais o papel dessa mudança para o país, a humanidade e o Planeta. Os votos que me foram dados podem não refletir conceitualmente essa consciência, mas refletem o sentimento de superação de um modelo. E revelam também a intuição de que o grande nó está na política, porque é nela que se decide a vida coletiva, se consolidam valores ou a falta deles.


Essas eleições nos mostraram uma oportunidade única de inflexão. Será extremamente injusto com o Brasil não aproveitá-la.


Marina Silva, 52, é senadora do Acre pelo PV, foi candidata do partido à Presidência da República nestas eleições e ministra do Meio Ambiente do governo Lula (2003-2008).