19 de janeiro de 2012

Mercado teme falta de sacola biodegradável


Da Folha de São Paulo


Pode faltar a sacolinha biodegradável de amido de milho, que substituirá as similares plásticas, em supermercados da capital paulista no dia 25, data combinada pelo setor para banir as embalagens no Estado.

Periferia resiste mais ao fim da sacolinha nos supermercados

É o caso do supermercado Master, rede gaúcha que tem loja no shopping Frei Caneca (região central), que fez a encomenda das novas sacolinhas, mas não tem garantia de que elas chegarão a tempo da mudança. Para evitar contratempos, o supermercado estocou caixas de papelão.

Supermercados fora das grandes redes reclamam da dificuldade para conseguir as novas sacolinhas de amido de milho antes do dia 25.

Pão de Açúcar/Extra, Carrefour e Walmart encomendaram mais de 1 milhão de unidades em dezembro e têm estoque garantido.

A expectativa dos supermercados é que a demanda pela nova sacolinha seja alta, mas só nas primeiras semanas. Aos poucos, os consumidores devem adotar as sacolas retornáveis.

Segundo a Extrusa Pack, fabricante das sacolinhas biodegradáveis, só ficarão sem sacolas os supermercados que "deixaram para a última hora" para encomendá-las. A Extrusa demora 15 dias corridos para entregá-las.

"Os supermercados do interior e as grandes redes encomendaram com antecedência; alguns da capital deixaram para a última hora", disse Gisele Barbin, gerente comercial da Extrusa Pack.

"Não é verdade que está faltando sacolinha biodegradável em São Paulo. Mas, se faltar em um ou outro supermercado, isso não é um problema. As caixas de papelão estão aí para ajudar nos primeiros dias", disse João Galassi, presidente da Apas (supermercados paulistas).

Em Belo Horizonte, houve falta de sacolinhas substitutas para os lojistas em abril do ano passado, quando a cidade baniu os plásticos.

Editoria de arte/Folhapress

ACORDO

O fim das sacolinhas no Estado de São Paulo é resultado de um acordo dos supermercados e não tem força de lei. Não há punição para quem descumprir.

Feita de amido de milho, a sacola biodegradável se decompõe em até dois anos pela ação de microorganismos. Quanto mais fina, mais rápida é a decomposição; em usina de compostagem, que decompõe lixo orgânico, o processo ocorre em seis meses.

O Záffari, também gaúcho, decidiu aderir "inicialmente" ao acordo, mas com "ressalvas" caso sinta desconforto dos clientes.

Em nota, a empresa informou que "o compromisso prioritário da empresa é com seus clientes. Por essa razão, o Záffari não se comprometeu em extinguir radicalmente o uso de sacolas, pensando no conforto dos clientes".

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