9 de maio de 2011

Rio ganha a 1ª escola pública “verde” do país


Fonte: Ministério da Educação
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A escola tem sistema de reaproveitamento de água da chuva

04/05/2011 - Painéis solares, área para reciclagem e reaproveitamento de água da chuva são algumas das muitas características que compõem o projeto da primeira escola sustentável do país, desenvolvido pelos arquitetos da Arktos – Arquitetura Sustentável, Maria José De Mello Gerolimich e Rafael Tavares de Albuquerque.

Previsto para ser inaugurado no próximo dia 07, o Colégio Estadual Erich Walter, localizado em Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, foi escolhido para ser o Piloto da Primeira Escola Padrão Verde da América Latina (UEC Unidade de Ensino Catavento), o primeiro de outros 40 possíveis projetos de escolas verde no país.

A obra de Santa Cruz é uma parceria bem sucedida entre a SEEDUC do Rio de Janeiro (Secretaria de Estado de Educação) e a empresa ThyssenKrup CSA. Os arquitetos responsáveis pela Escola Padrão contam que desde 2004 vêm lutando pela implantação do Projeto Educacional Sustentável.

“Sempre focamos nosso trabalho em escolas, pois temos grande afinidade com o assunto e entendemos que não houve grandes investimentos, novidades e aprimoramento no campo da Educação nos últimos 30 anos”, disse a arquiteta e autora do projeto, Maria José.

Somente agora, em 2011, com incentivo da empresa ThyssenKrup CSA, foi possível promover uma estrutura escolar sustentável e inovadora. Tanto que o Colégio Erich Walter foi indicado pelo próprio Green Building Council Brasil como estudo de caso, na Feicon 2011, por conta do pioneirismo em Escolas Sustentáveis no país.

Esta é a primeira escola a conseguir certificação LEED Schools (sigla em inglês para liderança em energia e design ambiental), própria para escolas com projeto sustentável. Para ter uma ideia, apenas 120 escolas no mundo obtiveram essa certificação. Dessas, 118 ficam nos EUA, uma na Noruega e outra em Bali.

“Com essa Certificação Internacional, todo o mundo dá credibilidade e veracidade para as informações, ações, equipamentos, tecnologias e dados de eficiência a que foram propostos, pois fomos mensalmente monitorados por um consultor LEDD AP habilitado, devidamente documentado com fotos, dados técnicos e plantas e, após a conclusão da obra, ainda seremos monitorados para a avaliação dos resultados”, explicou a arquiteta.

Para obter a certificação LEED Schools, a escola precisa atender alguns requisitos, como a apresentação de um relatório ambiental da qualidade do solo, que comprove não haver perigo à saúde das crianças, e o tratamento acústico tanto nas salas de aula como nos corredores e ambientes próximos.

O projeto foi desenvolvido com base nos aspectos da sustentabilidade, que de acordo com a autora promovem uma ação inovadora e educadora, já que o prédio passa a ser também educador e formador de cidadãos conscientes. “Para um país de terceiro mundo latino, e com a maior visibilidade no mundo pelos seus recursos naturais e potência, acredito que isso possa ser um marco em projetos inovadores, pois não se trata de prédio comercial, esportivo ou turístico”, afirmou Maria José.

A escola tem o formato de um catavento, que como o próprio nome sugere, "cata" o vento e promove, através da exaustão do ar quente que sobe, uma agradável sensação térmica interna, inclusive promovendo a iluminação natural durante todo o dia, o que faz com que o consumo de energia de luz seja reduzido.

O projeto desenvolvido pela Arktos – Arquitetura Sustentável conta, ainda, com a instalação de bicicletários, vagas especiais para veículos de baixa emissão, aumento, manutenção e recuperação das áreas verdes originais encontradas no local, pavimentação permeável, telhado verde (com acesso à visitação), reaproveitamento das quadras existentes, redução de ilhas de calor, reaproveitamento de 100% do material de entulho que seria gerado na obra, área para reciclagem, uso de 70% da permeabilidade do terreno, ajudando a evitar as enchentes e ajudando na recuperação do lençol freático, reaproveitamento de água de chuva em vasos sanitários, lavagem do pátio e irrigação de áreas verdes, uso de revestimento com baixos índices de compostos orgânicos voláteis, forros acústicos, válvulas de duplo acionamento, toda iluminação em lâmpadas LED, equipamentos de ar condicionado eficientes e painéis solares para aquecimento de água.

A escola é, também, totalmente adaptada para receber alunos com necessidades especiais. O projeto contempla desde a estrutura do prédio, onde as partes podem mudar de lugar facilitando a construção em qualquer tipo de terreno, até as características mais fundamentais como portas mais largas, pisos táteis, rampas com pouca inclinação e inscrições em braile.


Fonte: Ciclo Vivo

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