Um alto executivo, que costumava enfrentar de bicicleta o temido trânsito de São Paulo, foi atropelado e morto na manhã desta segunda feira numa das principais avenidas da cidade.
A tragédia provocou protestos no lugar do acidente, e reforçou pedidos de mais espaço e respeito aos ciclistas.
‘Devagar’ pintaram os manifestantes. Afinal, foi a curva acentuada, porta de entrada para uma via expressa -- onde existe uma ciclovia, que o executivo Antônio Bertolucci foi atropelado por um ônibus na manhã desta segunda-feira (13).
"Era uma pessoa que respeitava os carros, os pedestres, mas não foi respeitado e deu no que deu", fala a nora da vítima, Flávia Bettolucci.
Bertolucci era presidente do conselho de administração da fabricante de chuveiros Lorenzetti.
Minutos antes do acidente, como era rotina, fez uma parada na oficina de bicicletas. “Tudo, tudo, farol na bicicleta, capacete, break light, andava com tudo", conta o dono da loja de bicicleta, Edson Soares de Souza.
Edson cuidava das 15 bicicletas de Bertolucci e recebeu a missão de encontrar um destino para última em que ele andou. "Vou deixar guardado, não vou jogar fora, pelo menos de recordação porque eu gostava muito dele”, fala Edson.
O acidente que provocou a morte do executivo Antônio Bertolucci é o resultado de um conflito não só de São Paulo, mas de muitas grandes cidades brasileiras. De um lado, motoristas apressados e, frequentemente, impacientes. Do outro, ciclistas que adotaram a bicicleta justamente por que gostariam de ver a cidade mais tranquila.
Até na hora do protesto, os roncos, as buzinas, a irritação sobre quatro rodas. No ano passado, 49 ciclistas morreram em acidentes na cidade de São Paulo. Os ciclistas respondem com protestos. O último foi em março, num ato de solidariedade às vítimas de um motorista enfurecido que avançou sobre manifestantes em Porto Alegre.
Agora, depois da morte do executivo apaixonado pelas duas rodas, a impressão de que ninguém respeita os ciclistas ficou ainda maior.
O motorista do ônibus que atropelou Antônio Bertolucci disse à polícia que não viu o executivo. Em nota, a Silvetur, empresa dona do ônibus, disse que lamenta o acidente e que está apurando o que aconteceu.
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