Na
semana em que é celebrado o Dia do Cerrado: 11 de setembro, o Memorial dos
Povos Indígenas será palco do encontro dos povos do Cerrado, de suas
manifestações culturais e da feira de produtos da sociobiodiversidade.
A Rede Cerrado,
em parceria com a Fundação Banco do Brasil, realizará o VII Encontro e Feira
dos Povos do Cerrado, de 12 a 16 de setembro de 2012, no Memorial dos Povos
Indígenas, em Brasília/DF.
Com o objetivo
geral de mobilizar os povos do Cerrado e a sociedade para implementação de
ações voltadas para a conservação e o uso sustentável do Cerrado, o VII
Encontro e Feira dos Povos do Cerrado será uma excelente oportunidade para dar
visibilidade ao Cerrado, incluindo as ricas manifestações culturais dos seus povos
e comunidades tradicionais. Deverá reunir cerca de mil representantes
indígenas, quilombolas, geraizeiros, vazenteiros, quebradeiras de coco,
agricultores familiares, além de organizações da sociedade civil das unidades
da federação onde há Cerrado brasileiro (DF, Goiás, Tocantins, Maranhão, Mato
Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, São Paulo e Bahia).
O Encontro dos
Povos do Cerrado, realizado desde 2001, se consolidou como um espaço para:
troca de experiências que resultem na conservação do Cerrado e na promoção de
meios de vida sustentáveis; valorização das tradições culturais dos Povos do
Cerrado; discussão e formulação de posições políticas conjuntas; e divulgação
pública dos problemas socioambientais que afetam o bioma, como também das
alternativas existentes para o uso sustentável de sua biodiversidade.
Será dividido em
três grandes momentos: o encontro; a feira dos produtos da sociobiodiversidade
do Cerrado e a programação com as manifestações culturais do Cerrado, além de
shows de artistas renomados.
O VII Encontro e
Feira dos Povos do Cerrado tem o apoio do MDA, MMA, CONAB, MDS, FUNAI, Petrobras,
Rádio Cultura/Secretaria de Cultura/GDF, EMATER-DF, por meio da emenda
parlamentar do Deputado Distrital Joe Valle, Memorial dos Povos Indígenas,
Projeto Florelos (ISPN/Comissão Européia), Central do Cerrado, PNUD,
IBRAM/SEMARH/GDF, Ibama, ICMBio e CESE.
O ENCONTRO
O Encontro terá uma
extensa programação que envolve seminários, palestras, oficinas, audiência
pública e demais atividades sobre temas relativos à conservação do Cerrado e a
seus Povos. Teremos ainda uma Mostra de Tecnologias Sociais para que possamos
difundir as tecnologias de produção, uso sustentável, organização social, entre
outras voltadas para a transformação social para nossas comunidades.
Será desenvolvido com
foco na participação das comunidades e entidades, formalmente filiadas ou não à
Rede Cerrado, que atuam em prol da sustentabilidade do Cerrado.
No dia 12/09 teremos à
noite a solenidade de abertura com a fala dos Povos do Cerrado, autoridades e
apoiadores do evento.
Dia 13/09, ao longo de
todo dia, teremos seminários e painéis de debates acerca de assuntos inerentes
ao Cerrado, seus povos e seus problemas, com a participação de autoridades e
especialistas. Na parte da tarde teremos o Grito do Cerrado.
GRITO DO CERRADO
O
Grito do Cerrado será uma grande manifestação pacífica com o intuito de alertar
a sociedade e o poder público quanto aos desafios e problemas enfrentados
atualmente pelo Cerrado e os povos e comunidades tradicionais que o habitam. Consiste
em uma passeata pela Esplanada dos Ministérios, que sairá da Catedral de
Brasília no dia 13 de setembro, com destino ao Congresso Nacional.
O
Grito do Cerrado terá inicio por volta das 14h na Catedral de Brasília com a
tradicional corrida de toras, realizada entre os índios Xavante e os Timbira,
mobilizados pela Mobilização dos povos Indígenas do Cerrado - MOPIC.
Às
15h30 haverá audiência pública para debater a realidade do bioma Cerrado, no
auditório Petrônio Portela – Senado Federal.
Na
ocasião, será entregue aos parlamentares a Carta do Cerrado, documento que
considera os posicionamentos políticos e as reivindicações da Rede Cerrado em
relação às políticas públicas de proteção ao bioma e sua população.
No dia 14/09 ao longo
de todo o dia teremos a realização de várias oficinas simultâneas. Cada
participantes poderá escolher a oficina que pretende participar atentando que
algumas oficinas possuem numero de vagas limitadas.
A relação de atividades
do encontro com os respectivos responsáveis, local e horário de realização
serão disponibilizadas em breve no site da Rede Cerrado.
A FEIRA
A Feira dos povos
do Cerrado irá promover os produtos e a troca de experiência entre os
empreendimentos ecossociais de base comunitários, assim como divulgar as possibilidades de uso sustentável do Cerrado e de sua
conservação. Serão cerca de 100 estandes para exposição e comercialização de
produtos de cerca de 200 organizações comunitárias.
A PROGRAMAÇÃO
CULTURAL
Todo evento será
enriquecido com uma intensa programação cultural que deve levar cerca de 20 mil
visitantes ao Memorial dos Povos Indígenas. Nesta edição, o evento será
integrado com o Festival PuroRitmo, com atrações culturais e uma praça de alimentação
sustentável.
Rede Cerrado –
20 anos em defesa dos povos e comunidades tradicionais do Cerrado
Na Rio 92, por ocasião da assinatura do Tratado dos Cerrados,
nasceu a Rede Cerrado. Este documento definiu compromissos entre seus
signatários para enfrentar as ameaças ao bioma, constituindo-se como o marco
histórico e legal da Rede Cerrado.
A Rede Cerrado congrega organizações da sociedade civil que
atuam na promoção do desenvolvimento sustentável e na conservação do Cerrado.
São mais de 500 organizações identificadas com a causa socioambiental no bioma,
que representam trabalhadores e trabalhadoras rurais, extrativistas, indígenas,
quilombolas, geraizeiros, quebradeiras de coco, pescadores artesanais, entre
outros. A diversidade de atores comprometidos e atuantes no campo político da
Rede Cerrado é grande e, sem dúvida, seu maior patrimônio.
O objetivo principal da Rede Cerrado é a luta pela
conservação do bioma e a defesa de seus povos e comunidades tradicionais,
promovendo justiça social e sustentabilidade ambiental.
Entre as
atividades da Rede Cerrado, destaca-se a realização, desde 2001, do Encontro e
Feira dos Povos do Cerrado. Um espaço de troca de experiências, de promoção de
meios de vida sustentáveis, de valorização das tradições culturais dos Povos do
Cerrado, de formulação de posições políticas conjuntas e, ainda, de divulgação
pública dos problemas socioambientais que afetam o bioma e das alternativas
existentes para o uso sustentável de sua biodiversidade.
A Rede Cerrado também atua estrategicamente em diversos
espaços públicos socioambientais para propor, monitorar e avaliar projetos,
programas e políticas públicas afetos ao Cerrado e a seus povos.
O Cerrado e seus
povos e comunidades tradicionais
O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, é a savana com
maior biodiversidade do planeta (5%). Ocupa quase 1/4 do território nacional
(2.036.448 km2), abrangendo o Distrito Federal, os estados de Goiás, Tocantins,
Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, Piauí, São Paulo,
Bahia, Rondônia e porções de Roraima, Amapá, Amazonas e Pará. No Cerrado, moram
25 milhões de pessoas – 15% da população nacional, distribuída em 1.330
municípios.
É conhecido como “berço das águas” ou “caixa d´água do
Brasil” por abrigar nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras.
Estudos
apontam que existem cerca de 15 mil espécies de plantas no Cerrado, das quais
44% são endêmicas (exclusivas do bioma), além de uma fauna riquíssima, com
aproximadamente 300 mil espécies de animais, sendo 90 mil insetos (28% do total
de espécies do Cerrado) e 2.500 espécies de vertebrados.
Segundo
dados do Ministério do Meio Ambiente, 132 espécies do Cerrado constam na lista
das espécies ameaçadas de extinção.
O problema central da ocupação territorial e econômica do Cerrado
é o caráter predatório do modelo agrosilvipastoril predominante, que ameaça a
própria existência do bioma e de seus povos. Até 2010, o Cerrado já havia
perdido 48,5% de sua cobertura vegetal e o processo de devastação continua.
Hoje, o bioma conta com 54 milhões de hectares ocupados por pastos e 21,56
milhões de hectares por culturas agrícolas.
Ao longo de 12 mil anos de ocupação humana, uma variedade de
meios de vida e estratégias de uso e convivência se apresentaram na relação
desses grupos com a diversidade ecológica do Cerrado.
Os povos e comunidades tradicionais do Cerrado são a
representação atual dessa sociobiodiversidade, como conhecedores e guardiões do
patrimônio ecológico e cultural da região. No tocante aos povos indígenas, no
bioma encontramos mais de 80 etnias. Já os povos e comunidades tradicionais
abrangem quilombolas, geraizeiros, vazanteiros, quebradeiras de coco, entre
outros, que convivem com o Cerrado, o conservam e respeitam.
A agricultura familiar e o extrativismo são importantes aliados
na conservação dos ecossistemas por formarem paisagens produtivas que
proporcionam a continuidade dos serviços ambientais prestados pelo Cerrado,
tais como a manutenção da biodiversidade, dos ciclos hidrológicos e dos
estoques de carbono.
Povos indígenas,
comunidades tradicionais e agricultores familiares comprometidos com a
conservação do Cerrado têm um papel extremamente relevante na manutenção do
Cerrado em pé.
Serviço
O que: VII Encontro e
Feira dos Povos do Cerrado
Quando: 12 a 16 de
setembro de 2012
Quando: Memorial dos
Povos Indígenas, em Brasília/DF
Mais
informações:
(61)
3327-1081
www.redecerrado.org.br