19 de julho de 2011

Maioria dos parques públicos do DF têm problemas, como a falta de estrutura

Em Águas Claras, as queixas mais comuns dos moradores são relacionadas ao mato alto próximo à pista de caminhada e cooper


Os parques públicos espalhados pelo Distrito Federal são uma das opções de diversão para quem está de férias e não vai sair de Brasília. No papel, são 68, mas na prática, a maior parte não existe. Dos acessíveis à população, muitos apresentam problemas de infraestrutura ou estão abandonados. O Correio percorreu nove deles e, em seis, o lazer deu lugar ao descaso. O Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Ibram) garante que tem verba para melhorias e, até o fim do ano, promete a revitalização de pelo menos 15. O Três Meninas, de Samambaia, saiu na frente. Passou por limpeza e teve o mato cortado no início do ano. Ontem, o governo local anunciou obras para o de Uso Múltiplo da Asa Sul, localizado na Quadra 614 (veja reportagem na página 35).


O Parque Olhos D’Água, na Asa Norte, do Lago do Cortado, em Taguatinga, e o Jequitibás de Sobradinho também estão na lista dos selecionados para as reformas que ocorrerão até dezembro. Segundo o presidente do Ibram, Moacir Bueno, o critério de seleção segue um estudo feito pelo órgão. “Analisamos a distribuição geográfica, o acesso à população, o tamanho da área, além de outras particularidades”, informa.


Para o Parque da Cidade, o administrador, Paulo Dubois, promete melhorias graduais. Segundo ele, a primeira etapa foi a retirada de 60 toneladas de lixo e entulho da Praça das Fontes. Depois, os focos serão a construção das ciclovias e a revitalização da piscina com ondas, abandonada há 14 anos.


Outros lugares do parque se destacam pelo bom estado de conservação, como os brinquedos do parquinho Ana Lídia, o castelinho de areia e as churrasqueiras. A dona de casa Odinéa Cunha de Oliveira, 67 anos, moradora do Guará, costuma levar o neto para brincar no parquinho. Reformado, o espaço tornou-se um bom lugar para o menino aproveitar as férias escolares. “Aqui é muito bom, agradável, tem muita sombra para a gente ficar enquanto as crianças se divertem nos brinquedos. Sem contar que é muito seguro, nunca tivemos nenhum problema”, elogia Odinéia.


Segurança

O Parque Recreativo do Gama, conhecido como Prainha, foi palco de diversão para muitas pessoas, mas há 10 anos está desativado. Na piscina, também se vê animal morto. No fim da Asa Norte, outra mostra do descaso. O Parque Burle Marx foi criado em 1990, mas até hoje não existe nada além de mato. No Vivencial do Lago Norte, restos de construções e objetos mal-cuidados também deixam à mostra o abandono no lugar. “Uma vez, quase houve um estupro aqui. Um dos vigias que impediu”, conta o vigilante Rumenigg de Carvalho.


De um modo geral, os principais problemas encontrados nos parques são mato alto e construções abandonadas ou desativadas. “Dá muita pena ver a situação atual daqui. Esse parque fez muita gente feliz e hoje está largado”, lamenta o vigilante do Prainha, Ernesto Ferreira de Moraes, 56 anos, pernambucano que cuida da segurança do espaço desde 1986.


As estruturas precárias provocam insegurança. No Parque da Cidade, por exemplo, a piscina desativada tornou-se abrigo aos usuários de crack, que utilizam o local como banheiro. “Fechamos há uma semana os acessos à piscina porque estava virando ponto de moradores de rua e usuários de droga”, destaca o administrador, Paulo Dubois.


Os elogios dos frequentadores ficam para o Taguaparque, em Taguatinga Norte, o Parque Olhos D’Água e o de Águas Claras. “Esse parque era tudo que os moradores de Taguatinga precisavam”, diz a pedagoga Vera Lúcia dos Santos, 52 anos, sobre o Taguaparque.

Fonte: Correio Braziliense


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